sábado, 31 de maio de 2014

Depressão na Adolescência


     O período da adolescência representa uma transição entre a fase infantil e a adulta. O sujeito passa a viver em um novo corpo e uma nova mente, que clamam por uma nova identidade. Essas mudanças normalmente causam conflitos, pois ocorrem perdas referentes à imagem infantil, aos pais idealizados na infância e uma interação com o mundo.   
     Por muitos anos, acreditou-se que as crianças e os jovens não poderiam ser afetados pela Depressão por não possuírem problemas vivenciais. Como a Depressão era considerada uma resposta emocional perante problemáticas existenciais, quem não tivesse problemas, não deveria ter Depressão.
     Hoje sabemos que ela é uma doença crônica, recorrente, e com tanta necessidade de tratamento como qualquer outra da medicina. Pessoas de todas as idades, de todas as nacionalidades, em qualquer situação financeira e em qualquer fase da vida podem tornar-se depressivas. Quando falamos de Depressão, estamos falando de uma doença com sintomas específicos, com duração e gravidade suficiente para comprometer seriamente a capacidade de uma pessoa levar uma vida normal.
     

     Observou-se nos últimos anos um aumento significativo nos casos de Depressão com começo na adolescência e na infância. O mundo atual, com tanta competitividade, exigências e incompreensões, pode ser responsável por tamanho prejuízo no desenvolvimento emocional dos jovens. Os principais sintomas da Depressão na adolescência são:

- Tristeza na maior parte do tempo.
- Desesperança.
- Diminuição do interesse e prazer por atividades.
- Sentimento de culpa.
- Alta sensibilidade em relação à críticas.
- Irritabilidade, ansiedade, raiva e agressividade.
- Alterações no sono ou no apetite.
- Perda ou ganho de peso repentinos.
- Mal estar físico, principalmente em relação ao estômago e dores de cabeça.
- Pensamentos suicidas (os quais precisam ser levados a sério e tratados).
- Baixa auto-estima.
- Dificuldade de concentração e em tomar decisões, consequentemente prejudicando no rendimento escolar, na maior parte das vezes.
- Isolamento.


     Uma vez constatada, a Depressão precisa urgentemente ser tratada. Buscar ajuda de um especialista sempre é a melhor opção. Como princípio, há as terapias. Elas tratam gradativamente o caso, de dentro para fora, trabalhando o psicológico do paciente e orientando-o como agir diante do distúrbio.
     Há também a possibilidade de usar medicamentos antidepressivos para ajudar no combate aos sintomas da Depressão. Não usado como primeiro método, ele dependerá exclusivamente de critério médico para ser aplicado. 
     Mas o mais importante é o afago compreensivo de todos que cercam o depressivo. Lembrar sempre que ali naquele corpo judiado pela Depressão, ainda reside a pessoa que todos amam e conhecem. Lembrar que o sujeito não está naquela situação por opção. Procurar sempre ajudar, compreender, pois essas são as únicas maneiras de ver a situação revertida. Uma pessoa deprimida nunca deve ser julgada por seu estado ou sentimentos, isso só pode piorar a situação, ela não está assim porque quer e é quem mais sofre com tudo isso. 
     Conviver com um adolescente depressivo pode ser muito difícil. Precisa-se lidar com rejeição, esgotamento, exaustão, desespero. Porém, para ele o efeito está muito pior. Combater o isolamento é necessário. Encorajar o jovem a exercer tarefas e se socializar usando de atividades do interesse dele, pode dar certo. Esclarecer a situação a todos que cercam o adolescente é o melhor caminho. Não criar uma imagem de vítima para ele, mas mostrar a todos que ele precisa de auxílio para tratar a doença e não de críticas, incentivará as pessoas próximas a serem compreensivas e mostrará ao jovem que ele pode superar a Depressão. 

Daniele Oliveira

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